A corrida para adotar a Inteligência Artificial (IA) se intensificou, e as equipes de RH estão no centro disso. As organizações buscam aproveitar novas oportunidades para obter vantagem competitiva. O RH agora é responsável por integrar a IA em seus processos, promovendo a adoção em toda a organização, especialmente considerando a privacidade de dados e preocupações éticas.
Com a transformação digital do ambiente de trabalho, os líderes de RH precisam de uma estratégia clara. Para ter sucesso, devem acelerar a adoção da IA dentro do RH e posicionar a função para guiar a organização em sua jornada com a IA. Nossa pesquisa sobre IA em RH*, que envolveu mais de 1.500 profissionais de RH, identificou quatro personas distintas que refletem a relação do RH com a adoção da IA, cada uma com seus próprios desafios e oportunidades.
Neste artigo, discutiremos o estado atual da adoção da IA no RH, exploraremos essas quatro personas e destacaremos as principais prioridades nas quais os líderes de RH precisam se concentrar para aproveitar o potencial da IA de forma eficaz.
3 Insights sobre a Adoção da IA no RH
Nossos dados mostram que a adoção da IA no RH reflete tanto a promessa quanto as armadilhas da integração de tecnologias avançadas em funções centradas no ser humano. Por um lado, a IA tem o potencial de transformar o RH, aumentando a eficiência, melhorando a tomada de decisões e criando experiências de funcionários mais personalizadas. Por outro lado, o ritmo de adoção é moderado por preocupações sobre expertise, privacidade de dados e a dificuldade em quantificar o impacto da IA nos resultados do RH.
Os insights em resumo:
- Insight 1: Promessa e potencial, mas barreiras de adoção permanecem.
- Insight 2: Adoção individual e de baixo risco é a norma para profissionais de RH.
- Insight 3: Dificuldade em articular o impacto comercial da IA no RH.
Insight 1: Promessa e potencial, mas barreiras de adoção permanecem
Os profissionais de RH estão otimistas sobre o potencial da IA para melhorar a eficiência e a tomada de decisões. No entanto, seu uso generalizado nas práticas de RH ainda é limitado.
Essa abordagem cautelosa se deve aos desafios únicos que o RH enfrenta, como o gerenciamento de dados confidenciais de funcionários e a necessidade de uma abordagem mais centrada no ser humano para o trabalho. Apesar desses desafios, o sentimento positivo em relação à IA indica que o RH está lentamente avançando em direção a uma adoção mais profunda, com o potencial de mudanças significativas à medida que a familiaridade e a confiança nas tecnologias de IA aumentam.
Um grande desafio para a adoção da IA no RH é a falta de expertise e confiança entre os profissionais de RH. Muitos sentem que não têm as habilidades para usar as tecnologias de IA de forma eficaz, o que os torna hesitantes em adotar totalmente essas ferramentas.
As preocupações com a privacidade de dados e o uso ético da IA também contribuem para essa relutância. Esses fatores criam uma faca de dois gumes: embora muitos profissionais de RH tenham uma atitude positiva em relação à IA, sua falta de confiança e preocupações com a qualidade dos dados os impedem de aproveitar todo o potencial da IA.
Para ir além da adoção básica da IA e avançar para aplicações mais avançadas e impactantes no RH, é essencial abordar essas lacunas de habilidades e confiança.
Realidade:
- A IA no RH é promissora: os profissionais de RH estão geralmente otimistas sobre o potencial da IA, mas a falta de habilidades e compreensão os impede de adotar totalmente essas tecnologias. Essa lacuna de habilidades, juntamente com as preocupações sobre privacidade de dados e uso ético, torna o RH hesitante em adotar ferramentas de IA.
Resposta:
- Ir além do uso básico da IA: o RH precisa abordar essa lacuna criando oportunidades para experiência prática, treinamento direcionado e construção de confiança na IA.
Insight 2: Adoção individual e de baixo risco é a norma
No RH, a adoção da IA se concentra principalmente em melhorar a eficiência pessoal, como por meio da automação de tarefas rotineiras, análise de dados e aprimoramento dos processos de tomada de decisão. No entanto, essa adoção tende a ser individual, com profissionais de RH usando ferramentas de IA para otimizar seus próprios fluxos de trabalho, em vez de integrar totalmente a IA em práticas de RH mais amplas.
Isso sugere que, embora o potencial da IA para transformar funções de RH como gestão de talentos, engajamento de funcionários e planejamento da força de trabalho seja reconhecido, essas áreas não viram o uso generalizado de soluções baseadas em IA.
A ênfase atual na eficiência sugere que, se os desafios de integração forem abordados, a IA poderá assumir um papel mais estratégico no RH no futuro.
Realidade:
- A IA é usada para eficiência pessoal: a adoção da IA no RH visa principalmente aumentar a eficiência pessoal, automatizando tarefas rotineiras e auxiliando na tomada de decisões. No entanto, ela tende a ser usada de forma isolada, em vez de integrada em todas as funções de RH.
Resposta:
- O escopo de uso da IA deve se expandir: esse foco estreito limita o potencial da IA para impacto estratégico em áreas como gestão de talentos, engajamento e planejamento da força de trabalho. Mas o RH deve quebrar as barreiras de integração e expandir o uso da IA além de tarefas individuais para aplicações mais abrangentes e estratégicas.
Insight 3: Dificuldade em articular o impacto comercial da IA no RH
Os profissionais de RH estão explorando cada vez mais a IA, mas um grande obstáculo é provar seu valor comercial real. Ao contrário de outras áreas de negócios, como vendas ou operações, onde o impacto da IA pode ser medido imediatamente, o RH luta para quantificar os benefícios das ferramentas de IA quando se trata de melhoria do engajamento dos funcionários, melhor gestão de talentos ou tomada de decisões aprimorada.
Esse desafio é agravado pelo fato de que muitas aplicações de IA no RH ainda estão em sua infância, concentrando-se principalmente na eficiência, em vez de impulsionar mudanças estratégicas. Sem métricas claras para demonstrar o retorno sobre o investimento, justificar uma maior integração da IA se torna difícil, o que retarda o processo de adoção.
Realidade:
- A IA no RH é mais difícil de quantificar: o RH luta para quantificar os benefícios da IA em comparação com outras áreas de negócios em termos de engajamento dos funcionários, gestão de talentos e tomada de decisões.
- O ROI é difícil de ilustrar: Essa dificuldade, juntamente com a ênfase atual na eficiência em vez de mudanças estratégicas, dificulta a demonstração de um retorno claro sobre o investimento.
- Falta de métricas claras de adoção de IA: Sem métricas claras para justificar a adoção de IA, o RH pode experimentar uma integração mais lenta e relutância em adotar soluções de IA mais avançadas.
Resposta:
- Implemente medições: Elas não apenas mostram as eficiências obtidas por meio da IA, mas também seu impacto geral nos resultados de negócios, como gestão de talentos, engajamento e produtividade.
4 Personas para Impulsionar a Adoção da IA no RH
Há fatores principais que influenciam significativamente a adoção da IA no RH:
- Como a IA é usada e integrada nas práticas e processos de RH.
- O nível de exposição que os profissionais de RH têm à IA em suas funções.
- A extensão em que a IA é vista positivamente pelos profissionais de RH.
Com base nisso, categorizamos os profissionais de RH em quatro personas de adoção distintas em relação à IA:

- O Evitador Cético: Não usa IA ativamente.
- O Usuário Relutante: Usa IA minimamente.
- O Explorador Ativo: Usa IA para tarefas limitadas.
- O Campeão da Adoção: Usa IA amplamente e vê benefícios.
O Evitador Cético:
Estes usuários não utilizam ativamente a IA em suas atividades diárias, nem ela está integrada às suas práticas de RH. Eles não veem a IA como valiosa ou necessária, o que resulta em pouca motivação para se qualificar ou se preparar para a adoção da IA. Consequentemente, eles frequentemente têm atitudes negativas ou indiferentes em relação à IA no RH.
O Usuário Relutante:
Os usuários relutantes, por sua vez, operam em contextos onde a Inteligência Artificial já está presente e integrada às rotinas de RH, mas seu envolvimento com a ferramenta é limitado. Essa resistência à adoção da IA pode ser atribuída a diferentes motivos, como a dificuldade de compreensão, limitações financeiras ou obstáculos na implementação. Por isso, sua forma de aprender sobre a IA geralmente se baseia na experimentação individual ou no suporte das equipes de TI.
O Explorador Ativo:
Há aqueles que exploram a Inteligência Artificial de maneira pontual, focando em atividades como criação de conteúdo, pesquisa e automação de tarefas simples. Apesar de vislumbrarem as vantagens da tecnologia, suas chances de experimentação são limitadas, restringindo-se, em geral, a otimizações de produtividade pessoal. Eles atuam em organizações com investimento reduzido em IA, o que resulta em uma implementação estruturada escassa. Assim, esses profissionais recorrem ao aprendizado independente, buscando conhecimento através da experimentação e de materiais disponíveis na internet.
O Explorador Ativo:
Há aqueles que incorporam a Inteligência Artificial de forma proativa em suas rotinas de RH e em suas atividades pessoais, percebendo resultados concretos como maior eficiência, otimização do tempo e decisões mais assertivas.
Esses profissionais costumam trabalhar em organizações que investem significativamente em IA. Os entusiastas da tecnologia a consideram um elemento estratégico e demonstram grande interesse em explorar suas funcionalidades. Eles buscam aprimoramento contínuo através de treinamentos formais, como cursos, programas de parceiros e colaboração com equipes de TI, cultivando uma visão positiva da IA e liberando tempo para se dedicar a tarefas de maior impacto estratégico.
Colocando em ação
Para impulsionar a adoção da IA, precisamos enfrentar os desafios atuais e aproveitar o potencial da IA. Isso significa usar a IA em áreas de baixo risco que podem trazer valor imediato, estabelecer proteções iniciais para construir confiança e experimentar continuamente para aprimorar os recursos de IA no RH.